Uma idosa de 78 anos descobriu que foi vítima de um golpe após receber orientações por telefone de uma suposta funcionária de banco em Santos, no litoral paulista. A professora aposentada descobriu o que aconteceu após ver que havia um PIX no valor de R$ 24 mil em seu nome. Em seguida, viu que havia empréstimos, limite do cartão estourado e cheque especial feitos em seu nome, o que fez com que ela denunciasse o caso à Polícia Civil.
"Estou inconformada. Tenho 78 anos, nessa idade, uso computador, vou ao banco sozinha, foi um grande progresso. Mas não tenho, evidentemente, o mesmo raciocínio que tem um jovem. Nunca caí em um golpe, mas esse foi muito bem elaborado", disse Inazeli Azevedo Nóbrega e Silva.
O golpe teve início no fim de julho, quando uma suposta funcionária do banco do qual a idosa é cliente entrou em contato com o filho dela, informando que haviam tentado acessar a conta da aposentada. A mulher sabia que ele poderia fazer procedimentos de segurança e mudar a senha, mas o filho preferiu informar a mãe sobre o caso, já que não reside na mesma cidade. Pouco depois, a idosa recebeu a ligação da mulher que se apresentava como funcionária.
Durante a chamada, ela informou que tentaram entrar na conta da idosa indevidamente, e que seria necessário trocar de senha. Orientada pela mulher, a aposentada foi até um caixa eletrônico para fazer a mudança de senha, entretanto, não foi possível. No dia seguinte, Inazeli foi até uma agência bancária e explicou tudo que ocorreu para uma atendente, que achou estranho, segundo conta a idosa.
Mesmo assim, a funcionária procurou no sistema e viu que, de fato, haviam tentado entrar na conta no dia 17 de julho. A idosa, se precavendo, mudou as senhas e registrou a biometria, como orientado pela mulher que conversou com ela ao telefone. Assim que saiu da agência, ela voltou a receber a ligação da suposta funcionária.
"Ela disse 'você não fez o módulo de segurança, tem que fazer, porque a conta continua vulnerável'", explicou. A idosa voltou à agência e seguiu as orientações dadas por telefone sobre quais botões apertar e o que fazer no caixa para ativar o que seria o módulo de segurança. Ela passou por diversos equipamentos, já que ela pedia constantemente para mudar de caixa. Após alguns minutos, a mulher disse que estava tudo certo, e que, finalmente, o módulo havia sido acionado.
Ao sair do banco, ela passou em uma farmácia e viu que não conseguia efetuar o pagamento no débito nem no crédito. Voltando para casa e abrindo o aplicativo do banco, viu uma transferência via PIX em seu nome, no valor de R$ 24.700. Também descobriu que haviam usado o cheque especial, empréstimos e todo o limite do cartão.
"Como ainda não recebi a fatura do cartão, e só os títulos davam mais de R$ 6 mil, acredito que o prejuízo esteja entre R$ 55 mil e R$ 60 mil", relata. Ela acha que as orientações dadas pela suposta funcionária por telefone eram, na verdade, uma maneira de permitir acesso a diversas ações em sua conta. Inazeli fez um pedido de contestação, que foi negado pelo banco. Ela recorreu novamente, e aguarda um posicionamento, para saber como prosseguir diante da situação. Para dar prosseguimento, ela registrou um boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial de Santos como estelionato, e o caso será investigado. Entretanto, mesmo tomando todas as medidas, o medo e a frustração são constantes.
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